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Xeque-mate: conheça os países que já estão virando o jogo contra o coronavírus

Xeque-mate: conheça os países que já estão virando o jogo contra o coronavírus
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mai. 26 - 9 min de leitura
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No mês de março, a Organização Mundial da Saúde declarou oficialmente o surto de coronavírus como uma pandemia. Na tentativa de controlar a propagação do vírus, países de todo o mundo fizeram mudanças estritas nas políticas externa e interna. A lista a seguir destaca as principais estratégias implementadas por alguns dos países que estão conseguindo diminuir o número de casos.

União Europeia: Plano de Recuperação da COVID-19


 

No dia 13 de maio, a comissão europeia recomendou que a União Europeia (UE) comece a abrir fronteiras para países com perfis similares de risco de coronavírus sob um plano para fortalecer a indústria turística.

Segundo o site Euractiv, as restrições às viagens devem primeiro ser levantadas em áreas com uma situação epidemiológica comparável e onde existem capacidades suficientes em termos de hospitais, testes, vigilância e capacidades de rastreamento de infectados.

Vale lembrar que a UE inclui alguns dos países mais afetados pela pandemia (principalmente Espanha e Itália), além de outros como a Grécia e a República Tcheca, que até agora limitaram seu impacto.

A Estônia, a Lituânia e a Letônia reabriram suas fronteiras entre si a partir de 15 de maio, criando uma "bolha de viagem" no Báltico.

 A Áustria e a Alemanha planejam abrir suas fronteiras em meados de junho, depois de fechada por dois meses na luta contra a pandemia de coronavírus. A abertura da fronteira será feita de forma gradual.

Ambas as nações consideram que têm o vírus sob controle e foram as primeiras na Europa a começar a suspender as medidas tomadas para impedir a propagação do vírus.

Além disso, se a Áustria abrir sua fronteira com a Alemanha, também deverá abrir a fronteira com a República Tcheca – se esse país estiver em uma situação sanitária comparável à Alemanha.

Fica claro que apenas países que  seguiram à risca as  medidas de contenção do coronavírus podem reabrir suas fronteiras.

 

Novo “milagre asiático”: Investimento em saúde pública

 

O Japão e os "tigres asiáticos" – Singapura, Hong Kong, Coreia do Sul e Taiwan  – têm estatísticas bem diferentes. Alguns têm altas taxas de fumantes (que estão ligadas às mortes por COVID-19) e outras baixas. Uns têm taxas mais altas de obesidade (outro fator que pode estar relacionado à mortalidade pela doença) do que outros.

No entanto, as taxas relativamente baixas de infecções por coronavírus e de mortalidade em todos eles são fruto de uma combinação de saúde pública de qualidade, sistemas médicos eficientes, sociedades abertas e tolerantes, nas quais as pessoas têm um forte senso de preservação do bem-estar social.

Outro fator que contribui para o sucesso do Japão e dos tigres asiáticos até o momento é a noção de que o primeiro dever de um governo é proteger seu povo. Essas cinco economias fazem parte de uma região que nos últimos 20 anos sofreu surtos de síndrome respiratória aguda grave, gripe aviária, gripe suína e vírus Nipah. As verificações de temperatura, por exemplo, são uma questão de rotina. 

O Japão é o país com a maior proporção de pessoas com mais de 65 anos e um alto nível de consumo de tabaco, o que torna sua população mais vulnerável a doenças respiratórias – e ao contrário de outros países que recorreram ao isolamento social para evitar a propagação do vírus, os japoneses mantiveram as suas rotinas. Embora o distanciamento seja recomendado, as autoridades não impuseram à população as mesmas medidas extremas adotadas na China, Espanha, Itália, entre outros.

No entanto, uma das vantagens que o Japão tem sobre outras nações é a eficiência em testar pessoas em busca do vírus, identificar grupos de contágio e isolá-los.

Já a Coreia do Sul teve o segundo maior número de casos de coronavírus do mundo depois da China, devido ao surto que surgiu na Igreja Shincheonji na cidade de Daegu, a cerca de 150 milhas ao Sul da capital Seul.

Mas graças às medidas iniciais e a uma resposta robusta à saúde pública baseada em extensos testes e rastreamento de infectados, o número de contaminações no país foi mantido em apenas 10.765, cerca da metade diretamente relacionada a Shincheonji. Mais impressionante ainda: nenhum grande bloqueio ou restrição de movimento foi imposto, exceto alguns toques de recolher em algumas regiões.

Como a COVID-19 exibe uma evolução própria, os coreanos utilizaram métodos inovadores (além dos tradicionais) para combater o vírus. Por exemplo, um aplicativo chamado “Procedimento Especial de Imigração” foi fornecido aos recém-chegados ao aeroporto para a triagem de possíveis infectados. 

Além disso, se o desenvolvimento de kits de teste fossem adiados por um mês, sem consulta e cooperação prévia e proativa com o setor privado, o sistema atual baseado em testes rápidos e em massa não poderia ter sido estabelecido.

Outra medida que funcionou no combate  ao vírus foi a abordagem epidemiológica, como testes, diagnósticos amplos e isolamento, enquanto era incentivada a cooperação voluntária das pessoas para o distanciamento social. 

As autoridades antiepidêmicas estão fazendo uma avaliação contínua do progresso atual e estão explorando maneiras de alcançar um risco mínimo de propagação da doença e atividades normais da vida e da economia. Por exemplo, do final de março até meados de abril, foi reforçado o distanciamento social. De 20 de abril a 5 de maio, alguns estabelecimentos públicos  reabriram, diminuindo gradualmente a força do isolamento social.

Além de todas as medidas emergenciais para a contenção do coronavírus, Singapura usou “detetives de doenças” para descobrir onde o vírus estava no país. E assim conseguiu cortar a cadeia de contágio dos focos de infecção.

Isso foi possível graças ao sofisticado e extenso programa de rastreamento de contatos capaz de seguir a cadeia de vírus de uma pessoa para outra, permitindo que alguém infectado – e todos os seus contatos próximos – sejam identificados e isolados antes que seja tarde demais.

Em Taiwan, as autoridades focaram em identificar o início da transmissão do novo coronavírus, para então isolar os pacientes e fazer o mapeamento do “itinerário” feito por ele a fim de frear a propagação. 

Com sintomas ou não, aqueles que testaram positivo são colocados em quarentena por 14 dias. O monitoramento é feito por meio de uma cerca eletrônica e quem descumpre a lei, é multado. Além disso, o governo incentiva as pessoas a ficar em casa, com uma ajuda diária equivalente a R$ 150. 

Israel: suspende suas restrições de viagens domésticas

O Ministério do Turismo de Israel (IMOT) está gradualmente começando a reabrir seu setor de turismo doméstico após quase dois meses de bloqueio em todo o país devido à pandemia da COVID-19.

Em uma reunião presidida pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu em 27 de abril, foi estabelecido que a partir de 3 de maio hotéis e outros estabelecimentos de alojamento com salas no térreo poderiam operar como  etapa inaugural do retorno à operação da indústria do turismo. 

A resposta rápida e decisiva à pandemia pelo governo de Israel é o que permitiu ao país iniciar essa fase em seu processo de recuperação – o país foi um dos primeiros a implementar um bloqueio completo em todas as cidades.

O Ministério do Turismo também trabalhou em estreita colaboração com o Ministério da Saúde para desenvolver um novo conjunto de diretrizes na forma de um “Certificado de Segurança COVID-19” para a indústria de viagens.

Os hotéis aumentaram suas precauções e protocolos de saúde, realizando verificações de rotina completas para garantir a saúde de todos os hóspedes. Além disso, a Autoridade de Parques Nacionais também introduziu novos regulamentos que permitem um distanciamento físico seguro. As disposições incluem horário prolongado de operação, além de limitar o número de pessoas a qualquer momento.

À medida que as viagens domésticas são retomadas, a IMOT está se reestruturando para receber também os viajantes internacionais. Para isso, são oferecidos webinars profissionais, sessões de treinamento de agentes, eventos e experiências virtuais. 

Além disso, o ministério também lançou uma campanha de mídia social com a hashtag “#InspiredByIsrael”, incentivando os usuários a compartilhar suas memórias de Israel.

No entanto, mesmo que o mundo esteja começando a mostrar sinais de recuperação da pandemia, as autoridades devem continuar mantendo discussões e debates para não "projetar um senso de realidade falsa”.

Em resumo, as estratégias vão da massificação dos testes de vírus ao isolamento social, quarentenas localizadas e até monitoramento da população mais vulnerável. Além disso, um dos fatores para a baixa taxa de mortalidade pode ser a identificação precoce de portadores do vírus, retardando a propagação da doença.


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