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Por que o futuro da Alitalia no Brasil deve ser promissor

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set. 18 - 6 min de leitura
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Ouvir o nome da Alitalia no Brasil levanta uma série de perguntas atualmente. De empresa quase falida à reerguida pelo estado, a companhia aérea se prepara para viver um futuro mais animador e menos incerto.

Depois que foi colocada à venda, o governo italiano tem prorrogado o processo de conclusão do negócio. O prazo dado pelo Ministério de Desenvolvimento Econômico para o consórcio liderado pela empresa pública Ferrovie dello Stato (FS) apresentar um plano de resgate foi estendido para 15 de outubro.

No meio disso, a Itália ainda vive um cenário de ebulição quanto à formação do próximo governo presidencial. Mas os ares prometem mudar nos dois sentidos, é o que acreditam os funcionários da aérea. E essa mudança passa diretamente pela atuação no Brasil, que, assim como a Itália, tem passado por uma série de transformações nos últimos anos.

A primeira resposta da Alitalia já foi dada: a entrada de Nelson de Oliveira como gerente geral para o Brasil. Anunciado na última semana, ele é o novo responsável pela equipe comercial do escritório da transportadora no país.

Para apresentar o novo comandante, a empresa reuniu a imprensa em sua nova sede em São Paulo, agora na Rua Bela Cintra. Na presença de Nicola Bonacchi, vice-presidente de vendas de lazer e mercados internacionais, e Benedetto Mencaroni Poiani, gerente regional para as Américas, os executivos discutiram planos, investimentos e o futuro a médio prazo.

De olho no corporativo

A nova estratégia da Alitalia é se debruçar no mercado corporativo, incluindo o Brasil nessa idealização. Um dos objetivos é tornar a receita mais elástica e fazer com que sua classe executiva, a Magnifica, caia no gosto dos viajantes de negócios. A configuração de assentos 1-2-1 e a opção do passageiro de escolher o horário das refeições são apontados como diferenciais.

Ainda é cedo para dizer quais serão os pontos a serem traçados, mas Bonacchi adiantou alguns detalhes. Um deles é equilibrar a receita do lazer com a do corporativo.

“Nós utilizaremos o know-how do Nelson pra entender as características do mercado brasileiro e desenvolver com o time uma política corporativa que seja capaz de satisfazer os interesses da empresa e do mercado”, declara.

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Ao refletir sobre sua chegada, o novo gerente geral, que acumulou 25 anos na South African Airways, diz que sua experiência na Alatur JTB e CWT foi fundamental para sua contratação. Antes do anúncio oficial de Oliveira, Mencaroni Poiani assumiu as pontas na posição desde a saída de Carlos Antunes, em maio.

“Tudo indica que o futuro médio prazo da Alitalia é muito promissor. Principalmente no mercado brasileiro, onde a empresa cresce de maneira consistente há vários anos, mesmo que os últimos anos tenham sido desafiadores para a empresa”, declara.

Segundo ele, o momento é de abrir as portas para o corporativo, mas sem deixar de lado o lazer. Produtos foram formatados para atender aos turistas, como parcerias de cruzeiros com MSC e Costa Cruzeiros, e esqui na Itália. O discurso adotado é o de “melhorar a qualidade da receita”.

Alitalia põe mais voos no Brasil

A partir de 24 de setembro, a Alitalia aumentará sua presença no Brasil com 21 frequências semanais. Serão dois voos diários a São Paulo, via Guarulhos, totalizando 14 por semana. Hoje, são realizadas 11 saídas de Cumbica. A operação do voo diário para Rio de Janeiro (Galeão) permanece a mesma.

Esse acréscimo é parte do programa de inverno europeu da transportadora. Ao temporada, as frequências retornarão a 18 por semana. As aeronaves utilizadas para as ligações em São Paulo são Boeing 777-300ER e o Airbus 330-200 no Rio de Janeiro. Novas rotas, no entanto, estão descartadas até então.

Para os executivos, essa é uma demonstração da importância do Brasil para a empresa. Em números gerais, o país está atrás apenas dos Estados Unidos, ou seja, é o segundo maior mercado em nível de passageiros e lucro. O país norte-americano, entretanto, tem ganhado novos serviços desde Roma, a exemplo do último lançado para Washington, D.C.

“O produto da Alitalia se consolidou de maneira especial no Brasil. Chego em um momento extremamente excitante pra empresa. A classe Magnifica é bastante atraente para o mercado corporativo. Nossos clientes têm essa consistência de produtos em todos os nossos voos. Isso dá uma segurança de que nossos clientes sempre vão ter esse produto assegurado”, exemplifica Nelson de Oliveira.

A política no Brasil ajuda?

Grandes investimentos, como renovação de frota, só deverão ser feitos quando o martelo da venda for batido. A atual configuração indica que a empresa seria fatiada com 35% para FS e 35% para o consórcio rodoviário Atlantia, enquanto o Ministério da Economia e a Delta Air Lines ficariam com 15% cada.

Com a data final próxima, Benedetto Poiani olha para a relação política do Brasil e da Itália com atenção. Sem especificar, ele afirma que a Alitalia e as demais companhias aéreas devem operar sem a interferência política, mas a política acaba interferindo na economia de um país. Portanto, todo cuidado é pouco.

“Estamos em um momento de política mundial onde há muitas promessas de mudanças. Algumas já estão vindo e trazendo resultados positivos para as economias dos países. Estamos confiantes que as mudanças políticas, sejam na Itália ou no Brasil, vão continuar trazendo benefícios”, afirma.

A Alitalia voa para o Brasil há 71 anos e, se depender do futuro e da vontade de seu time, esse tempo só aumentará.


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