Estivemos em maio de 2019 no Pantanal Norte, a maior planície alagável do Mundo.
Contratamos um receptivo maravilhoso que nos levou para conhecer as belezas do Parque Estadual do Pantanal Mato-grossense. A onça-pintada, obviamente, estava no nosso radar pois é um dos melhores lugares do mundo para se observar estes felinos em seu ambiente natural. Sobre elas falarei mais adiante.
Dividimos nossa viagem com hospedagem em duas pousadas, pois cada uma poderia nos oferecer experiências diferentes.
A primeira pousada fica a 250 km de Cuiabá, na região do Porto Jofre, e a viagem leva aproximadamente 5 horas. Este trajeto já é de maravilhar os olhos. Entrando na estrada Transpantaneira pudemos observar calmamente vários pássaros como os Tuiuius, Colhereiros (os quais me apaixonei), Gaviões e Araras Azuis, Jacarés, Capivaras, Cervos Pantaneiros, Lobinhos, Quatis, etc.
Nosso guia e nosso motorista tiveram a maior paciência do mundo em nos mostrar cada um deles e parar por diversas vezes para contemplarmos e tirarmos fotografias.
Chegando na pousada, fomos muito bem recepcionados. Nos instalamos e fomos almoçar. Detalhe, as pousadas de lá oferecem regime de pensão completa pois não existem restaurantes, mercados e qualquer comércio na região.
Para quem gosta de comida bem caseira, é um prato cheio. Pense num temperinho apetitoso e comidinhas locais como o peixe Pacu, Curau, Batata Doce, Pirão, Ensopado, Torta Salgada com Giló (nunca tinha comido e amei). É tudo muito simples, mas caprichado.
Após o almoço, fomos fazer nosso primeiro passeio de barco pelo Rio Cuiabá. Objetivo: encontrar a onça-pintada.
Como ainda é época de cheia, sinceramente não pensei que iríamos conseguir achar uma onça. Porém, para nossa grande alegria, em menos de 30 minutos avistamos uma atravessando o rio, bem na nossa frente. Pensem na euforia. Em dois dias que estivemos desbravando a região, vimos no total 4 onças-pintadas, ariranhas (que são extremamente difíceis de serem encontradas), capivaras e várias espécies de aves.
As noites eram dedicadas aos safaris com carro especial. O guia com olhos de lince, focava a estrada, matas e árvores para encontrar animais. Conseguimos encontrar uma jaguatirica, que é outro animal bastante raro de ser encontrado.
Depois de dois dias, partimos para a nossa outra pousada, bem mais perto de Cuiabá (100km), muito charmosa e menos rústica do que a primeira. Esta região estava menos inundada e a probabilidade de vermos outros bichos era grande.
Fomos para o safari noturno em busca do Tamanduá Bandeira. Nosso guia, muito espertamente, já sabe mais ou menos onde são os melhores lugares para procurá-lo e encontrou. Porém, a noite a visão fica um pouco prejudicada e por isso, ele já nos convidou para um safari no outro dia cedo (6:00), antes do café da manhã.
Ok então, acordamos às 5:30, nos arrumamos e saímos para a “caça”.
Procuramos, procuramos e de repente lá estava ele. Imponente, enorme, elegante, muito bonito e calmo… conseguimos chegar a 5 metros dele. Foi emocionante.
Naquele mesmo dia, após o café da manhã fizemos uma caminhada por dentro da mata, por 5 km.
Observamos que as figueiras se hospedam nas palmeiras até crescerem e derruba-las. Elas as sufocam com suas raízes.
Vimos bem de perto macacos prego, araras azuis (muitas), jacarés, saguis e muitas outras aves, que voavam em volta de uma plataforma que fica acima das copas das árvores e propicia uma visão 360 graus e panorâmica da área.
À tarde, fomos pescar numa baía. A região é repleta de piranhas. Fizemos uma ótima pescaria e o nosso motorista levou para casa para fazer caldo de piranha, muito famoso na região.
No último dia (que tristeza ter que partir) fizemos uma cavalgada especial e sentimos o que é ser um verdadeiro pantaneiro. Cavalgamos com água quase na cintura, naquelas águas cheias de jacarés…. Imaginem a adrenalina.
Foi para fechar com chave de ouro essa surpreendente viagem.