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Entre Templos e Megacidades: aventuras pelo Japão dos contrastes

15 dias de passeio na área histórica, de natureza e vulcões no Japão.
Adonai Arruda Filho
jan. 10 - 9 min de leitura
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Em setembro de 2023, tive a oportunidade de ir ao Japão para participar do evento Adventure Travel World Summit promovido pela ATTA (Adventure Travel Trade Association). O evento contou com centenas de operadoras de turismo do mundo todo, tendo a BWT Operadora como única representante brasileira.

Por acontecer do outro lado do mundo, na hora de ver a passagem é importantíssimo analisar bem quais companhias aéreas e conexões escolher, ou seja, ponderar se realmente há um custo benefício. Afinal, é possível encontrar passagens aéreas muito mais baratas, mas que podem levar quase 3 dias para chegar. 



Eu optei em ir pelos Estados Unidos após verificar diferentes possibilidades. A melhor rota era via Los Angeles já que a executiva da United indo por New Jersey e voltando por Washington estava de certa forma acessível. E, também, valia mais a pena voar algumas horas a mais, porém, com um grande conforto. 

O atendimento e serviço da United foi excelente. O único contratempo encontrado foi durante a ida, já que levei aproximadamente 1h30 para passar pela imigração americana. Esse é um ponto chato das conexões via Estados Unidos.

Chegando em Tóquio, facilmente você pode comprar o trem que leva para Shinagawa, bairro movimentado da cidade. Desta estação é possível pegar conexão para praticamente todas as regiões da capital e demais cidades. Como eu iria direto para Quioto, lá peguei o trem Shinkansen (trem bala) direto. Minha sugestão é comprar com lugar marcado, pois, às vezes o trem enche. 



Outra dica é comprar o cartão Kitaka e carregar com dinheiro. Ele funciona como um cartão de débito que é válido em todos os transportes públicos e também em algumas lojas. Sobre passes de trem, existem vários, então, é importante estudar a sua rota e o que vai fazer antes de sair comprando os passes. A conta pode ficar mais cara.

Voltando ao trem bala, o mesmo atinge 320 km/h e faz o trajeto em aproximadamente 2h. Descendo da estação de trem de Kyoto caminhei uns 25 minutos até o Daiwa Roynet Hotel. O quarto não é dos maiores, mas, está bem localizado e considero tudo bem justo pelo valor. O café da manhã é bem típico, com várias comidas japonesas tradicionais de café da manhã (não faz muito o meu tipo). Praticamente ao lado tem um bar Irish, onde aproveitei para ouvir um bom jazz ao vivo, tomar uma IPA e comer umas salsichas.

No dia seguinte fui fazer o tour a pé com um guia brasileiro contratado pela BWT Operadora (óbvio hehe). Passamos por Gion, o bairro das gueixas, vários templos, restaurantes locais e curiosidades da cidade mais antiga do Japão. Deixamos para ir no final do dia no Fushimi Inari Taisha. Neste horário, além de não ter muita gente, você pode ver o pôr do sol lá de cima. 



São aproximadamente duas horas de passeio por lá entre subida, descida e visita rápida aos templos. Existe um caminho alternativo que você só descobre com o guia onde você atravessa uma mini floresta de bambus também. Vale muito a pena ir neste local que trás muita sorte aos negócios a milhares de anos a quem ali frequenta, segundo a tradição japonesa.



Quando cheguei na estação de Quioto, vi vários sinais falando de museu ferroviário. Então, resolvi ir visitar cedo. O museu é impressionante! Mesmo para quem não liga muito para o tema, irá se divertir. 



O local é gigantesco, possuindo modelos de diferentes épocas e muita interatividade para todas as idades, contando com itens como: mudança de faixa de trem, pista de pilotagem, maquete de ferreomodelismo, área kids, motor aberto que funciona, simulador e, obviamente, não poderia faltar passeio de maria fumaça! Minha sugestão é comprar o passeio com antecedência pelo site. Eu não comprei, e aí como só tinha disponibilidade para a tarde, acabei não fazendo.



Programei para ir à tarde na famosa floresta de bambus Arashiyama. O lugar é lindo, mas confesso que eu esperava mais. Foi uma pena que novamente não pesquisei antes e só me informei no local que ali também havia um passeio de trem. Novamente sem vagas. O Sagano Scenic Railway utiliza uma composição antiga que faz um passeio beirando o rio. Segundo relatos, muito bonito. O ingresso tem que ser comprado com uma boa antecedência!

Ao lado do percurso da floresta de bambu encontramos também o templo de Tenryuji, considerado um dos mais importantes do budismo. Ele foi construído em 1339 e está rodeado por subtemplos. Entretanto, o destaque são os jardins com design tradicional. A esta altura eu já estava cansado de ver templos, mas valeu pela história do local.

Retornei de trem para o aeroporto de Tóquio (com a mesma conexão de Shinagawa da ida) para pegar o voo para Memanbetsu na ilha norte de Hokkaido. 

A partir dali começamos o passeio mais voltado para o ecoturismo. Fizemos um roteiro de bicicleta e hiking sensacional no parque nacional que tem paisagens incríveis. Apreciamos atividades vulcânicas ao redor de Kawayu e Akan, aliás, o lago Akan é maravilhoso! Pedalar pelas paisagens vulcânicas do Parque Nacional Akan-Mashu, incluindo Kawayu, Kussharo e Mashu, é uma experiência emocionante com trechos empolgantes de descida. 



Animais selvagens locais, como o cervo Sika de Yezo e raposas vermelhas, também podem ser avistados ao longo do percurso. Uma variedade de bicicletas está disponível, desde bicicletas de estrada até fat bikes e e-bikes, com um carro de apoio à disposição para maior tranquilidade. 



Nos hotéis da região é muito comum as fontes termais conhecidas como Onsen. Elas são conhecidas pelas qualidades curativas das águas termais criadas pela atividade vulcânica na área circundante.



Indo para a área de Ainu Kotan, subimos o Monte Meakan, um vulcão ativo conhecido como Machineshiri na língua Ainu. Cercado por lagos, vulcões e florestas, as paisagens mudam de vegetação rica para uma paisagem vulcânica à medida que você sobe. No alto conseguimos sentir o poder da natureza ao chegar à cratera no cume. É emocionante estar junto a um vulcão ativo!



Após a sequência de aventuras em meio a natureza, pegamos um transfer para Sapporo. No caminho é possível encontrar muitas estações de esquis (sim, o Japão também é forte nesta modalidade).

Sapporo é a maior cidade de Hokkaido e é bem estruturada, organizada e bonita. Aproveitei o primeiro dia para dar um giro pela cidade e visitar o museu da cerveja mundialmente conhecida: Sapporo. Ele fica na antiga fábrica e tem um acervo bem legal. Na frente, tem um restaurante deles onde você pode comer o famoso Kobe beef e usar a grelha na sua própria mesa. Ah, e claro, tomando um chopp gelado Sapporo.



Nos outros dias fiquei por conta do excelente evento da ATTA, que aconteceu no centro de eventos. Usei como transporte o rápido e seguro metrô todos os dias. 

Retornando a Tóquio, fiquei mais três dias antes de voltar ao Brasil.

Indo na área de Asakusa você encontra a antiga Tóquio, com templos, jardins e comidas típicas. Resolvi caminhar saindo da área histórica e descobri o museu das malas e bolsas de viagem. Deve ser muito pouco conhecido, pois estava super vazio. A entrada é franca e junto ao museu ainda tem o memorial do criador das poltronas do primeiro trem-bala japonês. 



Voltando ao museu, é possível encontrar malas históricas de companhias aéreas, comerciais antigos... Eu gostei muito. Na região, porém em sentido oposto, está a Tokyo Skytree. Uma vista incrível dessa torre, que é a segunda mais alta do mundo e permite uma visão 360º da cidade.



Outro bairro super interessante é Akihabara. Lá tem muitas lojas com tudo para jogos, animes, personagens, computadores e fliperamas. Realmente uma loucura e baita experiência, mesmo que você não seja fã destas modalidades. Andando pelas ruas, é comum encontrar gueixas convidando para os bares, games... tem uma do lado da outra.



No mais, andei bastante sem destino fixo para observar a cultura e costumes locais.

O que pude ver é que o japonês é um povo muito simpático, educado e disposto a ajudar o estrangeiro. Você se sente muito bem e seguro em caminhar e passear pelo Japão. Apesar do idioma, dá para se virar bem. Quero muito voltar. Lugar nota 1000!





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