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Israel Multicultural

Israel Multicultural
Leticia Carleti
mar. 12 - 5 min de leitura
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Em dezembro de 2018 estive em Israel para uma viagem de 10 dias. O foco desta visita não era o turismo religioso, mais comum para o destino, mas sim explorar uma cultura da qual se ouve tão pouco e se tem tantos tabus.
Minha primeira surpresa foi no avião, em um voo direto com duração média de 14 horas, quando israelenses religioso (judeus ortodoxos) começaram a fazer suas preces durante o Shabbat.
Para quem não sabe, Shabbat Shalom significa "Sábado de Paz" e se refere a uma tradição de descanso que vai de sexta feira ao por do sol até sábado. Neste período os comércios fecham, o transporte público também não funciona e por isso as pessoas costumam ficar em casa com a família. Quem tem carro pode sair, ir a praia ou parques, mas isso é mal visto entre os ortodoxos, que consideram falta de respeito.
Em algumas partes do pais esta tradição não é seguida tão rigorosamente, como o exemplo de Haifa, uma cidade que devido as Universidades e cursos Ulpan tem grande numero de jovens e estrangeiros. Lá algumas linhas de transporte e comércios árabes funcionam normalmente.
Haifa também é conhecido por ter uma das melhores decorações de Natal, que tive o prazer de visitar a noite, em uma rua iluminada com diversas opções de bares e restaurante aos pés do Bahá'í Gardens.

Em outra ocasião visitei o Jardim, que é simbolo da Fé Bahá'í. Fica localizado no topo de uma montanha (a cidade toda é composta por montanhas) se estendendo até a base. No topo é possível ter uma visão muito ampla da cidade abaixo e da praia. Para adentrar os jardins e o templo, além dos primeiros portões, é preciso acompanhar um tour que sai em horários pré determinados. Infelizmente não pude fazer este tour porque não estava vestida adequadamente, com os joelhos cobertos, como é exigido.

Chegando em Jerusalém vi a "Israel" que esperava, com as construções antigas de pedra amarela rustica, os religiosos com seus trajes chamativos, as feiras de ruas barulhentas repletas de especiarias perfumadas e turistas de todos os lugares do mundo.
Para conhecer toda a Cidade Antiga precisei de 2 dias de muita caminhada entre comércios, feiras e igrejas. A cidade é toda cercada por muros e dividida em quatro bairros: Judeu, Cristão, Armênio e Muçulmano. Dentre os locais mais popularmente conhecidos visitei a Basílica do Santo Sepulcro e o Muro das Lamentações. Não pude visitar a famosa Mesquita da cúpula dourada, que é aberta apenas para muçulmanos. 

Depois de Jerusalém segui para Massada, um monte em meio ao deserto no caminho para o Mar Morto, a paisagem durante a viagem é maravilhosa, tendo em alguns pontos o mar de um lado e montanhas de areia do outro. A história que se conta e que deu fama ao local é sobre um cerco no fim da guerra romano-judaica, tendo o monte sido uma fortaleza onde os judeus acabaram encurralados e tiveram por fim um suicídio coletivo, afim de se livrar da captura pelos inimigos.Para subir o monte existem três opções: o bondinho, uma caminhada mais longa desde a base ou uma caminhada mais curta por onde se chega de carro até certo ponto.

Cheguei ao Mar Morto no mesmo dia ao fim da tarde, já bastante cansada, e apesar do frio não pude deixar de entrar no mar. A cidade é composta por hotéis, Resorts e comércios e neste dia estava bem vazia, provavelmente pelo horário e por ser época de frio. A paisagem das montanhas refletidas no mar pode ser vista durante o caminho de ida e é deslumbrante, o que para mim foi um dos pontos altos do passeio.

Outro monumento que visitei foram as ruínas de Cesareia, uma cidade localizada na costa. Lá pude ver o que um dia foi uma importante cidade e porto do Império Romano.

Em Tel Aviv, capital do país, uma das experiencias mais legais que tive foi participar de um evento chamado Fluent TLV, que geralmente acontece em algum bar ou hostel uma vez por semana e é divulgado pelo facebook. O objetivo do evento é juntar falantes nativos e pessoas interessadas em aprender idiomas em mesas temáticas. Na mesa de português pude conhecer e auxiliar israelenses que se dedicam a aprender o nosso idioma apenas com a ajuda deste evento. Na mesa do hebraico aprendi algumas palavras que pude usar durante a viagem e também curiosidades da cultura.
Apesar da dificuldade que o idioma hebraico pode representar, não passei por apuros. Nas cidades em que estive consegui me comunicar em inglês com facilidade, sempre pedindo informações para pessoas nas ruas, funcionários de transporte público ou nos comércios.

Quanto a hospitalidade e cordialidade dos israelenses havia sido alertada com comentários negativos, os descrevendo como pessoas muito sérias e diretas nas respostas. Apensar disso, em minha experiencia não me senti desconfortável e fui bem auxiliada quando precisei, o que me deu confiança para querer desbravar ainda mais culturas tão diferentes como essa.


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