No início dos anos 2010, a região de Alentejo (Portugal) era apenas um ponto no mapa para os brasileiros. Quem afirma é Vítor Silva, presidente do órgão de turismo do destino do centro-sul do país.
Todavia, essa realidade começou a mudar com o investimento em promoção no Brasil. Inicialmente, a ideia era sugerir Alentejo como uma venda casada – e complementar – com Lisboa. Se no início a região era visitada apenas uma noite, hoje esse número chega a três ou quatro noites.
Em uma área que compreende um terço do território português, Alentejo tem apenas 500 mil moradores (Portugal tem cerca de 10 milhões de habitantes). Os cálculos da indústria de viagens revelaram aproximadamente um milhão de turistas e dois milhões de pernoites em 2018. O Brasil é o segundo principal mercado emissor, atrás apenas da vizinha Espanha.
No ano passado, o destino recebeu 70 mil pernoites de brasileiros – cerca de 30 mil visitantes. Aliás, no primeiro semestre de 2019, os dados mostram alta de 16,7% em turistas e 29,8% em pernoites. Desta forma, Évora e Beja são os lugares mais procurados.
Por que o Alentejo é convidativo
O fato de o Alentejo ter uma história de mais dois mil anos, atrelado à gastronomia e aos vinhos, são chamarizes para quem viaja do Brasil. Assim, o Aeroporto de Lisboa é a porta de entrada para o destino; a distância entre ambos é de cerca de 185 quilômetros, ou seja, menos de duas horas de carro.
“O brasileiro que nos visita é aquele que não está em busca do turismo de superfície. Ele quer mergulhar profundamente na história. Há também quem venha procurar suas raízes no Alentejo, pois a colônia do Brasil é muito grande em Portugal”, diz Silva, completando que a região tem sido procurada para quem quer estabelecer uma vida ali.
Ciente da crise no Brasil, o presidente do Turismo do Alentejo desconhece qualquer sinal de anormalidade na região. Portanto, se depender de sua confiança, nenhum sintoma negativo deve assombrar o destino português. “Digo que se alguém visitar o Alentejo e não gostar, nós devolvemos o dinheiro de volta. Até hoje não tivemos que devolver”, encerra.