À frente do Ministério do Turismo desde janeiro, Marcelo Álvaro Antônio tem se posicionado favorável ao discurso do presidente Jair Bolsonaro em relação à imprensa. Ao assumir a pasta no ano em que vistos foram isentos e empresas low costs têm anunciados voos para o Brasil, o ministro do Turismo tem um discurso alinhado com o do presidente em relação aos jornalistas.
Em conversa com a imprensa na 47ª Abav Expo, Álvaro Antônio foi questionado sobre os erros dos profissionais de comunicação. Sua crítica, como fez questão de pontuar, é endereçada para “parte dos veículos”, ainda que não tenha nomeado quais.
“Eu defendo que a imprensa divulgue de forma isenta e responsável as informações. O objetivo [dela] é informar a população. A imprensa maximiza os defeitos e minimiza nossas qualidades e leva uma visão muitas vezes equivocada do nosso Brasil”, acredita.
O ministro do Turismo defendeu sua ideia ao voltar em fatos recentes. Por exemplo, ele mencionou a criação de 121 mil vagas de emprego com carteira assinada, segundo números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
Entretanto, na visão de Álvaro Antônio, “a imprensa prefere divulgar de forma equivocada a queimada na Amazônia, que acontece todos os anos”. Como resultado, isso poderia desgastar a imagem do Brasil para o turista estrangeiro.
“Entendo que a imprensa poderia trabalhar muito mais pelo Brasil em uma agenda conjunta com o governo e divulgar o que acontece de verdade. Estamos avançando, criando emprego, mas há quem prefira divulgar o fogo da Amazônia, o cocô [em referência à fala de Bolsonaro sobre fazer cocô um dia sim, dia não, para reduzir a poluição ambiental. Parte da imprensa sempre martela os pontos negativos em vez de divulgar o que temos feito de bom”, conclui.
Ministro do Turismo nega extinção da pasta
Na abertura do evento, que aconteceu ontem (25), Marcelo Álvaro Antônio negou qualquer boato de extinção ou fusão do Ministério do Turismo. Os rumores surgiram após um corte de 58% no orçamento da pasta para 2020. Ele lamentou a decisão, mas espera que a situação seja normalizada "dentro de dois a três anos". Para o ministro, essa decisão se deu pelo ajuste de contas do deficit primário de R$ 140 bilhões.
"Disse para o Paulo Guedes [ministro da Economia] que temos 22 galinhas [em alusão aos ministérios]. Mas que ali existe a galinha dos ovos de ouro", diz, referindo-se ao Ministério do Turismo.
O comandante voltou a defender a ideia de Bolsonaro de transformar Angra dos Reis (RJ), na "Cancún brasileira". Para ele, é necessário desregulamentar e desburocratizar os "excessos ambientais" em prol do desenvolvimento turístico na região.
"Quando Bolsonaro fala que quer transformar Angra em Cancún, ele não diz na questão física propriamente dita, ele diz no potencial turístico", pontua.